OS RITUAIS NA UMBANDA
A
Umbanda é uma religião que trabalha e atua no plano
físico, através dos seus rituais litúrgicos,
desde o acender de uma vela até aos pontos cantados e riscados, defumação etc... Da mesma forma como um culto despido de qualquer aparato pode
levar ao orgulho e à ilusão de ser mais espiritualizado
que os outros, o culto com uso de indumentárias litúrgicas
poderá levar os desavisados ao exagero, à fantasia, ao
luxo e à vaidade. Tanto uma forma de culto quanto outra não
pode ser medida pelo mau uso feito por aqueles que a praticam, e sim,
pelo cumprimento de suas finalidades específicas - a de levar
os corações ao altar de Deus, única fonte de paz
e alegria.
Seja
qual for a forma de culto que se use, isso é de menos
importância. O importante é sabermos se a Casa espiritualista está
cumprindo sua missão de religação, se está
proporcionando o encontro com Deus, por meio de Jesus e Seu
Evangelho, ou está aprisionando a gurus, guias, filosofias ou
espírito tal ou tal.
Diz
o Caboclo Ventania de Aruanda que “por
trás dos Guias e Orixás está sempre Jesus
agindo”.
Portanto, é preciso “que
eu (médium) diminua e que Ele (Jesus) cresça”,
na vida e nos corações de tantos quantos frequentem
as nossas Casas, sejam elas espíritas Kardecistas, sejam elas
espíritas Umbandistas.
Lembremo-nos que o padre na igreja usa suas indumentárias (paramentos) e tem seus instrumentos sagrados. O mesmo ocorre com o rabino no judaísmo, com a maçonaria em suas lojas, entre os rosacruzes etc.
Uma
das diferenças entre a Umbanda e o movimento espírita
kardecista é precisamente o uso do ritual ostensivo. Devemos
nos utilizar da filosofia kardecista como chão, base de nossa
fé, mas não podemos querer "espiritizar" a Umbanda, dogmatizando-a, de
acordo com o que acontece em muitos Centros do movimento puramente espírita
kardecista. Por isso, a Umbanda é a Umbanda, e para isso foi
criada e implantada no Brasil.
Se fosse para ser igual ao movimento
espírita, desnecessária seria a vinda do Caboclo das
Sete Encruzilhadas. Se ela estivesse programada para desenvolver seu
culto em mesa, nos moldes do movimento espírita, o mesmo
Caboclo não a teria tirado da Federação Espírita
de Niterói e a levado para o Terreiro, com a fundação
da Tenda Nossa Senhora da Piedade. A Umbanda foi criada para ser um movimento, dentro do
Espiritismo, que se utiliza de meios energéticos naturais e
que possui seus rituais e crença no poder Orixás, ou seja, nas emanações, manifestações de Deus (único) - o mesmo Tupi, Olorum, Zambi, Alah -, na natureza.
Por
tudo isso é que a Umbanda é a Umbanda, com sua beleza
própria e com capacidade de religar o homem com Deus, através
de Jesus, nosso Divino Oxalá, por meio de todos esses
instrumentos de culto e dessa doutrina embasada nos valores
filosófico-religiosos cristãos, kardecistas, afro,
ameríndio e oriental, amalgamados em perfeita sintonia com o Altíssimo, visando o equilíbrio físico e mental dos irmãos que buscam o conforto espiritual em nossas Casas.
Que
Jesus, nosso Divino Oxalá, nos abençoe.
Adaptado
do texto “Indumentária
dos guias na Umbanda” de
Pai
Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro daLuz)
