domingo, 1 de junho de 2014


OS RITUAIS NA UMBANDA

A Umbanda é uma religião que trabalha e atua no plano físico, através dos seus rituais litúrgicos, desde o acender de uma vela até aos pontos cantados e riscados, defumação etc... Da mesma forma como um culto despido de qualquer aparato pode levar ao orgulho e à ilusão de ser mais espiritualizado que os outros, o culto com uso de indumentárias litúrgicas poderá levar os desavisados ao exagero, à fantasia, ao luxo e à vaidade. Tanto uma forma de culto quanto outra não pode ser medida pelo mau uso feito por aqueles que a praticam, e sim, pelo cumprimento de suas finalidades específicas - a de levar os corações ao altar de Deus, única fonte de paz e alegria.

Seja qual for a forma de culto que se use, isso é de menos importância. O importante é sabermos se a Casa espiritualista está cumprindo sua missão de religação, se está proporcionando o encontro com Deus, por meio de Jesus e Seu Evangelho, ou está aprisionando a gurus, guias, filosofias ou espírito tal ou tal.

Diz o Caboclo Ventania de Aruanda que “por trás dos Guias e Orixás está sempre Jesus agindo”. Portanto, é preciso “que eu (médium) diminua e que Ele (Jesus) cresça”, na vida e nos corações de tantos quantos frequentem as nossas Casas, sejam elas espíritas Kardecistas, sejam elas espíritas Umbandistas.

Lembremo-nos que o padre na igreja usa suas indumentárias (paramentos) e tem seus instrumentos sagrados. O mesmo ocorre com o rabino no judaísmo, com a maçonaria em suas lojas, entre os rosacruzes etc.

Uma das diferenças entre a Umbanda e o movimento espírita kardecista é precisamente o uso do ritual ostensivo. Devemos nos utilizar da filosofia kardecista como chão, base de nossa fé, mas não podemos querer "espiritizar" a Umbanda, dogmatizando-a, de acordo com o que acontece em muitos Centros do movimento puramente espírita kardecista. Por isso, a Umbanda é a Umbanda, e para isso foi criada e implantada no Brasil. 

Se fosse para ser igual ao movimento espírita, desnecessária seria a vinda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Se ela estivesse programada para desenvolver seu culto em mesa, nos moldes do movimento espírita, o mesmo Caboclo não a teria tirado da Federação Espírita de Niterói e a levado para o Terreiro, com a fundação da Tenda Nossa Senhora da Piedade. A Umbanda foi criada para ser um movimento, dentro do Espiritismo, que se utiliza de meios energéticos naturais e que possui seus rituais e crença no poder Orixás, ou seja, nas emanações, manifestações de Deus (único) - o mesmo Tupi, Olorum, Zambi, Alah -, na natureza.

Por tudo isso é que a Umbanda é a Umbanda, com sua beleza própria e com capacidade de religar o homem com Deus, através de Jesus, nosso Divino Oxalá, por meio de todos esses instrumentos de culto e dessa doutrina embasada nos valores filosófico-religiosos cristãos, kardecistas, afro, ameríndio e oriental, amalgamados em perfeita sintonia com o Altíssimo, visando o equilíbrio físico e mental dos irmãos que buscam o conforto espiritual em nossas Casas.

Que Jesus, nosso Divino Oxalá, nos abençoe.


Adaptado do texto “Indumentária dos guias na Umbanda” de Pai Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro daLuz)